UM PENSAMENTO QUE INCOMODE COMO ANDAR NA CHUVA
DOI:
https://doi.org/10.29327/2128853.2.4-11Palavras-chave:
Alberto Caieiro, Poesia, MisticismoResumo
O artigo apresenta uma leitura da poesia de Alberto Caieiro, heterônimo do escritor português Fernando Pessoa, estabelecendo algumas relações entre aquilo que Caieiro chama de um pensar-sentir, sem exterioridade, e alguns elementos da mística. O misticismo de que nos fala Caieiro surge de um dar-se conta de que as coisas não são susceptíveis de interpretação, e que o real, quando despido de nossas conjecturas sobre o mesmo, é incognoscível. A conclusão a que o artigo chega é que seja necessária uma “aprendizagem de desaprender” para se construir novas estratégias de pensamento que nos cure dessa doença antropomórfica que vê no mundo apenas um retrato de si mesmo, e a poesia pode nos oferecer um permanente pôr-se e dispor-se do real que o problematize enquanto referente imóvel para nossa linguagem e produção de saberes.
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