ANARQUISMO E LEI

POR UMA ÉTICA PÓS-ANARQUISTA DA DESOBEDIÊNCIA

Autores

  • Saul Newman Universidade de Londres
  • [Tradução: Cello Latini Pfeil; Bruno Latini Pfeil] UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.29327/2128853.2.3-6

Palavras-chave:

antipolítica, pós-anarquismo, anarquismo ontológico, desconstrução

Resumo

Este artigo usa a filosofia política do anarquismo para questionar criticamente os limites da autoridade legal, mostrando que a alegação da lei sobre obediência incondicional é, em última análise, injustificada. Aqui, recorro a Walter Benjamin para desmascarar os fundamentos violentos da autoridade legal, e para explorar respostas críticas e radicais a isso - através da noção de ‘greve geral do proletariado’ de Georges Sorel e da noção correlata de ‘violência divina’ de Benjamin, ambas interpretadas de uma forma notavelmente anarquista. No entanto, defendo que esta desconstrução das fundações ontológicas da lei pode ser direcionada para o próprio anarquismo. O anarquismo baseia a sua crítica à autoridade política e legal numa espécie de substrato orgânico, cientificamente verificável e moralmente legítimo, propiciando a base imanente para as relações comunitárias para além da lei. Como alternativa a esta abordagem fundacionalista, proponho aquilo a que se pode chamar um anarquismo ontológico, que perturba todas as ordens estabelecidas. Eu desenvolvo a partir disso um projeto político e ético anarquista ou, mais precisamente, pós-anarquista, que envolve uma contestação contínua da autoridade legal e das práticas coercitivas do poder estatal.

Biografia do Autor

Saul Newman, Universidade de Londres

Professor de Teoria Política, Goldsmiths, Universidade de Londres.

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Publicado

2024-06-23

Edição

v. 2 n. 3 (2024): ALDEIAS REXISTEM

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