HEGEL E A FILOSOFIA COLONIAL DA HISTÓRIA

Autores

  • Sergio Gonçalves PPGFIL/UERJ

DOI:

https://doi.org/10.29327/2128853.2.3-4

Palavras-chave:

Colonialidade, Hegel, Filosofia da História, Racismo, Hermenêutica colonial

Resumo

Este artigo tem como objetivo realizar uma interpretação da Filosofia da História de Hegel, pois entende-se que essa obra está inserida em uma hermenêutica colonial, na medida de em que são seus ideais eurocêntricos e racistas que a fundamentam. Na primeira parte deste artigo é feito um recorte analítico da introdução da Filosofia da História de Hegel e seus principais pontos. Em seguida, na segunda parte, é demonstrado como essa obra do filósofo alemão está circunscrita em uma hermenêutica colonial. Por fim, é adotada uma interpretação da Filosofia da História hegeliana que afirma que se trata, de fato, de uma Filosofia Colonial da História, a entendendo como um sintoma da colonialidade, ao mesmo tempo que uma ferramenta de sua manutenção. É possível chegar a essa conclusão, pois se detecta que os padrões de sub-ontologização racial que a colonialidade e a modernidade trazem estão imbricados com a filosofia hegeliana de tal maneira que não é possível separar o pensamento do filósofo dessas crenças eurocêntricas e racistas.

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Publicado

2024-06-23

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Artigos