AVALIAÇÃO ESCOLAR: DIÁLOGO ENTRE A EDUCAÇÃO DECOLONIAL E PAULO FREIRE
DOI:
https://doi.org/10.29327/2128853.2.3-3Palavras-chave:
Avaliação. Escolas Brasileiras. Educação DecolonialResumo
O artigo analisa aspectos centrais do processo avaliativo nas escolas brasileiras e aponta a ausência da perspectiva da decolonidade na prática docente. Todas as tensões sociais presentes em nossa sociedade tem reflexo no ambiente escolar, assim, percebe-se que na prática avaliativa encontra-se elementos racistas que atuam fortemente na complexa relação professor /estudante. A cultura da violência, marca da nossa atual sociedade, e o descaso do poder público com a educação aumentam o cenário de estresse no espaço escolar. Diante das relações subjetivas da avaliação, indicamos que a prática meritocrática esconde grandes desigualdades no Brasil, encobre o racismo e não contribui para a redução das injustiças sociais na educação. Falta pedagogia continuada para professores e a discussão sobre avaliação não faz parte do cotidiano docente. Paulo Freire é lembrado e trazido nos teóricos da educação decolonial. A relevância deste trabalho está em trazer um tema crucial da educação brasileira, principalmente no contexto político conservador em que o país se encontra.
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