A TEMPORALIDADE DO XIRÊ DO CANDOMBLÉ NO ‘O GRITO'

UMA LEITURA DA ARTE AFRODIASPÓRICA À OBRA DE SIDNEY AMARAL

Autores

  • Robson Gomes de Brito UEMG
  • Paula Anunciação SENAC

DOI:

https://doi.org/10.29327/2128853.2.4-1

Palavras-chave:

Arte, Afrodiáspora, Tempo espiralar, Didi-Huberman

Resumo

Este estudo busca realizar uma leitura da obra plástica ‘O grito’ de Sidney Amaral por meio da temporalidade do xirê do Candomblé. A metodologia uniu investigação bibliográfica, em consonância com uma leitura investigativa do ritual de Candomblé. A temporalidade é entendida como elemento fundamental para principiar uma leitura e presentificação da arte, sendo interpretado como uma tecnologia ancestral africana. Para tanto, utilizou-se a proposta analítica do tempo espiralar, de Leda Maria Martins. O ideograma adinkra Sankofa do povo Akan com sua recuperação do passado para compreender o presente. E a teorização da leitura antropológica das obras de artes de Geoges Didi-Huberman. O que resultou em uma leitura perspectivada na afrocentricidade, mas que referencia a vivência e os saberes em diáspora, portanto, uma postura decolonial.

Biografia do Autor

Paula Anunciação, SENAC

Mestrado em Educação, especialização em História e graduada em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho.Pesquisadora vinculada ao grupo de pesquisa Yllê Educare- UNINOVE. Aluna especial na Faculdade de Educação da USP.Atualmente é professora contratada no SENAC, com enfoque nas área de Educação, nos temas de racismo, feminismo e direitos humanos.

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Publicado

2024-12-11