HAKIM BEY, A FILOSOFIA DO CAOS E A ZONA AUTÔNOMA TEMPORÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.29327/2128853.1.2-2Resumo
Este artigo busca apresentar o anarquista Hakim Bey (1945-2022) a partir de sua filosofia do caos e de seu conceito mais potente a TAZ (Zona Autônoma Temporária). Numa perspectiva deleuziana, a TAZ é a arte de criar linhas de fuga. Ela precisa sempre movimentar-se produzindo fissuras, não se deixando mapear e mantendo-se invisível nas rachaduras e fendas do Estado. Este controvertido pensador assumiu uma posição afirmativa frente à pejorativa palavra ANARQUIA (sinônimo de caos, desordem, desorganização), se arrogando com toda força ser amigo do caos e assegurando que ele não se separa de sua compreensão do anarquismo. Em seu esforço analítico, aqui definido como sua filosofia do caos, mostra uma relação intrínseca entre caos e TAZ, que foi a principal tática do anarquismo hakimbeyniano, denominado anarquismo ontológico.
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