COMO ME TORNEI UMA BIXA
DOI:
https://doi.org/10.29327/2128853.1.2-1Resumo
O discurso em primeira pessoa tem sido considerado, nos modernos paradigmas de rigor e objetividade da filosofia enquanto especialidade acadêmica, um risco: ele não apenas abre o espaço de uma individualidade excessivamente singular, mas escapa aos mecanismos de normatização da produção discursiva ela mesma. No entanto, essa percepção é constituída historicamente, e seria importante mostrar em que sentido o suposto rigor filosófico, que exclui a autobiografia de seu ofício, opera na construção de uma hegemonia epistêmica que, politicamente, se traduz como colonialidade. Sob este aspecto, falar em primeira pessoa pode ser também compreendido como um exercício de resistência que nada tem de vago, mas, antes, se move em um registro de rigor muito peculiar. No artigo a seguir, procuro assinalar o esboço da história política do rigor e performatizar um discurso que lhe serviria de contraponto.
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