AS ARTES DE NÃO SER GOVERNADO

Autores

  • Jean Tible USP

DOI:

https://doi.org/10.29327/2128853.1.1-5

Palavras-chave:

revolta, povos originários, coletividade

Resumo

Como pensar a política a partir da revolta ou com a revolta? O que nos dizem as irrupções da última década? Esse texto tenta seguir esse trilho e essa trilha, costurando elos e tensões dos levantes. O 2013 brasileiro é conectado com as disrupções globais e as lutas em geral são percebidas no contexto da longa duração das resistências e existências coletivas dos povos originários do que costumamos chamar de Américas. Emerge, assim, uma outra chave de compreensão e entendimento do que significa essa imensa terra continental, no contexto de um "renascimento" do protagonismo ameríndio, que tudo transforma, inclusive os conceitos e palavras habitualmente claros: política, mundo, natureza, pessoa, cultura, religião…

Biografia do Autor

Jean Tible, USP

Professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP). Autor do livro: Marx selvagem (São Paulo, Annablume, 2013; 4a edição, Editora Autonomia Literária, 2019). E dos cordéis: Marx indígena, preto, feminista, operário, camponês, cigano, palestino, trans, selvagem (n-1 edições, 2019) e Barricades (n-1 edições, 2021).

Referências

ALARCON, D. F. O retorno da terra: as retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. Editora Elefante, 2020.

ALBUQUERQUE, H. “A Ascensão Selvagem da Classe sem Nome”. Em: O Descurvo, 6 de setembro de 2012.

ALMEIDA, M. “As colocações: forma social, sistema tecnológico, unidade de recursos naturais”. Em: Caipora e outros conflitos ontológicos. São Paulo: Ubu, 2021.

ANDRADE, O. d. “Manifesto Antropófago (1928)”. Em: Obras Completas VI - Do Pau-Brasil à Antropofagia e às Utopias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.

ARDITI, Benjamin. “Las insurgencias no tienen un plan, ellas son el plan”. Em: Revista Sul-Americana de Ciência Política, v. 1, n. 2, 2013.

ARTAUD, A. “Secrets éternels de la culture” (1936). Em: Oeuvres. Paris: Gallimard, 2004.

ASARADURA. Notes de voyage contre le TAV: été 2011-printemps 2015. s/e, 2015. Disponível em: https://paris-luttes.info/asaradura-notes-de-voyage-contre-3804?lang=fr Acessado em: 06/12/2022.

BACHELARD, G. La psychanalyse du feu. Paris: Gallimard, 1949.

BALDWIN, J. Down at the Cross. Kōbunsha, 1962.

BENITES, Tonico. Rojeroky hina ha roike jevy tekohape (Rezando e lutando): o movimento histórico dos Aty Guasu dos Ava Kaiowá e dos Ava Guarani pela recuperação de seus tekoha. Tese de Doutorado em Antropologia. Museu Nacional, UFRJ, 2014. Disponível em: https://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr6/documentos-e-publicacoes/artigos/docs/artigos/docs_artigos/rojeroky-hina-ha-roike-jevy-tekohape-rezando-e-lutando Acessado em: 06/12/2022.

DANOWSKI, D. ; VIVEIROS DE CASTRO, E. Há mundo por vir? Ensaio sobre os Medos e os Fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie Editora, 2014.

BUSHATSKY, I. “Quando Quebra Queima (coletivA ocupação): a irrupção do sujeito político coletivo” Em: Sala Preta, vol. 18, n. 2, 2018.

CADENA, M. de la. “Cosmopolítica indígena nos Andes: reflexões conceituais para além da ‘política’” Em: Maloca: Revista de Estudos Indígenas, Vol. 2, 2019.

CADENA, M. de la. “Natureza incomum: histórias do antropo-cego” Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2018.

CAMPOS, A. M.; MEDEIROS, J; RIBEIRO, M. M. Escolas de luta. São Paulo: Veneta, 2016.

CAMUS, A. L'homme révolté. Paris: Gallimard, 1951.

CRI-EZLN. “Uma montanha em alto-mar”. Em: LACERDA, M.; e PELBART, P. P. (orgs.). Uma baleia na montanha. São Paulo: N-1, 2021.

COCKBURN, A.; ST CLAIR, J.; SEKULA, A. Five days that shook the world: Seattle and beyond. Londres: Verso, 2000.

Downloads

Publicado

2022-12-08